top of page
Foto do escritorAnna Carolina Lementy

Eu, eu, eu

Seminário 4, A Relação de Objeto, página 229. Mas nem tudo era a dura teoria de Lacan, patrono deste blog e guia espiritual desta escriba. Falávamos da complicada missão que é acolher as queixas dos pais sobre os filhos, sem esquecer que essas crianças também são sujeitos, com suas próprias queixas e demandas (vi aí um paralelo com as queixas que chegam sobre os psicóticos).


Sendo assim, é preciso abandonar um bocado o “problema” para ouvir atentamente quem fala, os crescidos ou os pequenos, dando espaço para que eles falem de coisas que, às vezes, podem ser muito diferentes.


Um xixi na cama pode ser só um xixi na cama para o pirralho. De repente, ele está muito ocupado resolvendo questões edípicas. E pro pai… Puxa, para o pai pode ser um negócio muito angustiante esse xixi. Algo que vai além, muito além, do xixi em si. E que revela questões profundas sobre as expectativas, os desejos, as frustrações.


“O sujeito está falando dele 100% do tempo”, foi como a Michele Faria pontuou essa questão. OU SEJA: sempre (sempre) que nos queixamos de algo ou de alguém há um pedaço gigante nosso ali – se não for a fatia inteira. É preciso prestar atenção no que revela essa fatia, o único modo realmente eficaz de tentar dar conta do sintoma – de pais e crianças, uma vez que o sintoma, rá!, é de todo mundo.


Em lacanês, é preciso se desprender da esfera do imaginário (da leitura particular de cada sujeito sobre os fatos e os ditos) para mergulhar no simbólico (o que essa leitura significa para o sujeito – e só para ele). Eis aí a salvação eterna. Amém.

26 visualizações0 comentário

Comentarios


bottom of page